A crise aérea brasileira está afetando diretamente o setor de hotelaria. A afirmação é do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Eraldo Alves Cruz. Segundo ele, a região Nordeste é a maior prejudica com queda de 30% a 40% do movimento e estima-se que o setor já tenha demitido 15 mil funcionários na região. Eraldo Cruz conta que o movimento nos hoteis começou a diminuir com a venda da Varig, no ano passado, e piorou com os acidentes do Boeing 737 da Gol, em setembro de 2006, e do Aribus A320 da TAM em julho deste ano. Segundo ele, com a saída da Varig, vários aviões com destino ao Nordeste deixaram de existir. “Eram importantes e expressivos para o turismo internacional”, diz. De acordo com a Varig, em dezembro de 2005, a empresa dispunha de 58 aeronaves. Logo após a venda, passou a operar com 13. Segundo o presidente da ABIH, as regiões Sul e Sudeste foram as menos prejudicadas porque “são regiões interligadas com boa infra-estrutura de estrada, o que refaz o movimento”. Para Cruz, a proibição dos vôos chartes (usados em pacotes turísticos) no aeroporto de Congonhas também incidiu diretamente no turismo no Nordeste. Ele informou que nesta semana, a ABIH se reuniu com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para pedir a volta dos vôos. "Ele vai analisar a proposta de abrir os finais de semana para os vôos charters. Dia de semana, descartado”, conta. Segundo Eraldo Cruz , esse tipo de vôo “é o complemento básico da ocupação hoteleira no Nordeste” já que o turismo brasileiro é predominantemente gerado por turistas nacionais. Quase 50 milhões de brasileiros viajam pelo país, enquanto os turistas estrangeiros somam cinco milhões”. Para o presidente da Associação, a queda do dólar também teve conseqüências diretas sobre o turismo nacional. Ele explica que, além de diminuir o número de estrangeiros que procuravam o país pelas vantagens da moeda, com a queda do dólar o brasileiro está aproveitando para viajar para outros países e também para fazer cruzeiros. Mas, segundo Cruz, o setor sofre ainda com a falta de dados precisos. “É impossível dizer quanto perdemos”. Ele conta que, no primeiro período do apagão aéreo, o Rio de Janeiro, por exemplo, fez uma estimativa de perdas de R$ 25 milhões. Nesta semana, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou que vai abaixar as taxas aeroportuárias do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, para atrair as companhias aéreas e diminuir o número de pousos em Congonhas, São Paulo. Segundo o ministro, o governo prepara um pacote de medidas para transformar o Galeão no mais importante aeroporto internacional do país. O secretário de Transporte do Rio de Janeiro, Julio Lopes, afirma que o estado pretende criar outras ações para atrair o turista, como uma diária gratuita em um hotel. Segundo ele, no projeto de reforma do Galeão, consta a instalação física para recepção de passageiros e tripulantes de jatinhos executivos nacionais e estrangeiros. Para Julio Lopes, este é um público que “não se importa com o preço. Paga mais para ter velocidade de serviço, segurança e conforto”.
http://www.voudemochila.com.br/com/news_view.php?id=481
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